27.2.15

Basta adicionar tudo! :D

Pra continuar a list de coisas que me surpreendem na Austrália, desta vez com uma engraçada.

As empresas têm a pachorra de vender produtos como este abaixo.

Curry Cremoso de Frango. Aí você lê s letrinhas do lado. "Basta adicionar frango". BASTA-ADICIONAR-FRANGO. Num troço vendido como Curry de Frango. Ah, como vocês devem ter visto, tem que adicionar o macarrão, as cenouras e as ervilhas também.

A lei permite, e as pessoas acham normal. Na real, tem uma hora que fica tão normal que você compra, chega em casa, adiciona tudo e acha gostoso.

By the way, tem o de salsicha também. Basta adicionar salsicha.

Eu vario entre os dias em que fico estupefata com este produtinho (tem vááárias marcas e sabores no mercado) e os dias q eu jogo no carrinho e compro os outros ingredientes.

Mas nunca deixa de ser tosco.

26.2.15

Desafio dos livros 10 - Lançado este ano

Título: A Garota do Trem, de Paula Hawkins
Categoria: Lançado este ano
Categorias por tabela: Escrito por uma mulher, Suspense e mistério
Índice Pá: 9

Gostou de Garota Exemplar? Vá atrás desse livro, é tão bom quanto. Com a diferença q os personagens são um pouco menos duas-caras, então não dá um nó no estômago tão dolorido.

Peguei pra ler porque esse livro (que foi lançado em janeiro) disparou na lista de mais vendidos em todas as livrarias e sites de livros q eu olho, e tava na promoção um dia desses. Aí comprei, né? :D Aparentemente, em um mês o livro já vendeu 500 mil cópis pelo mundo. As críticas eram todas comparando a Garota Exemplar, e logo você entende o porquê. É a história de uma moça que some, os vizinhos não sabem o que houve e uma das poucas testemunhas é uma moça alcoólatra que não lembra lhufas do que aconteceu naquele dia. Conforme a história se desenrola, pistas aparecem, e memórias esparsas também. E história real é muito mais bizarra do quem. parecia.

Mas o livro é uma cópia? Não. Precisa ler Grota Exemplar pra entender (ou gostar)? Não. Com certeza está vendendo bem porque entrou na onda e as pessoas estão a fim de ler mais livros naquele estilo. Mas pode ler sem medo, porque a história é diferente e muito boa. Ganha nota alta no índice Pá por ser daqueles que você pega o livro a cada minuto disponível, nem que seja pra ler uma pagininha.

25.2.15

A utilidade das etiquetas e porque não deveríamos usá-las tanto

Uma coisa que não pára (e acho que nunca parará) de me surpreender aqui na Austrália é a cara de tacho que as pessoas fazem quando eu digo que sou brasileira. Muitas entram em modo "tela azul". Não é exagero. Invariavelmente, a resposta é "nossa, você não parece brasileira".

A razão do comentário (infeliz) é (infelizmente) racismo. Não aquele tipo de racismo que lgumas pessoas sentem de ter nojo de outras, ou achar q são inferiores e tals. É mais um racismo no sentido de achar que cada povo tem uma cara só. Eu realmente acho que não é maldade deles, que isso fique claro. É ignorância mesmo.

Não entra na cabeça deles que uma pessoa branquela como um coró de goiaba possa ser brasileira. "Mas você tem família europeia, né?" é outra pergunta frequente. Olha, meus bisavós eram mesmo europeus. Mas faz três gerações, ou seja, uns cem anos pelo menos, que minha família é brasileiríssima.

O problema, e a causa do 'travamento', é que eu não encaixo com a 'etiqueta', ou com a caixinha, que os Australianos usam pra classificar todos os brasileiros. E o costume de 'etiquetar' tudo é fortíssimo aqui. Vem desde a época dos ingleses, que fazem a mesma coisa. Tudo tem nome, descrição e modo de funcionamento. TUDO ganha uma etiqueta. Eles adoram compartimentar as coisas. Se você não é australiano branco, ganha uma etiqueta de acordo com sua 'origem', mesmo q seja nascido e criado na Austrália. Se você é pró-direitos gays, logo perguntam em qual letra do LGBTQIA vc se encaixa. Empregos públicos aqui têm nome e número, tipo Gerente 1, 2 e 3. E se o cara é gerente 2 e alguém pede ajuda em algo q um gerente 1 ou 3 faria, MUITA gente se recusa a fazer porque "não é meu job description".

Etiquetas podem ser úteis pra facilitar nossa compreensão inicial do mundo. Mas gente cresce, evolui, e um dia deveria perceber que muitas etiquetas que criamos não servem pra todas s coisas. E pior: podemos machucar muita gente forçando-as a caber nas nossas caixinhas pessoais. Graças a Deus nunca tive problemas, mas não é difícil imaginar que muita gente deve se sentir muito mal.

Nota: este post não foi motivado por nenhum acontecimento em especial nem é uma reclamação. É só uma constatação. E não se restringe aos australianos, acho que todo mundo faz isso um pouco. É só porque aqui é BEM evidente.

24.2.15

Everything is Awesome!

Ó, fiquei tristinha que a música do Lego não ganhou o Oscar. E que o diretor de Boyhood não levou o prêmio de melhor direção. Manter o bonde andando por 12 anos merecia, poxa! Nem gostei do filme, mas o trabalho dele foi incrível!

Também fiquei feliz com os prêmio de Budapeste Hotel, e fiquei dividida com animação. Big Hero 6 é bom, mas não teve nada de espetacular. Eu achei Dragão 2 melhor, mas só questão de gosto mesmo.

O Brasil NÃO levou o oscar de novo com o documentário do Sebastião Salgado, mas buenas... algum dia algum brazuca ainda leva a estatuazinha pra casa!

Em geral, achei que os resultados até pareceram justos. Não vi muitos dos filmes, então fica difícil opinar. Mas fui só eu, ou algum de vocês também teve a impressão de que os filmes desse ano estavam mais fracos que os do ano passado?

23.2.15

Desafio do livro 9 - Título com uma única palavra

Título: Invencível, de Laura Hilldbrand
Categoria: Título com uma única palavra
Categorias por tabela: Escrito por uma mulher, Virou filme, Memórias
Índice Pá: 9

"Invencível" é um livro que deixa você um pouco abestalhado, quando termina. Foi uma sensação muito parecida com a que tive quando terminei O Senhor dos Aneis, embora as histórias e estilos sejam completamente diferentes. Mas é que acontece tanta coisa, mas tanta coisa, que é épico.

E nesse caso, é tudo real.

Invencível (que tá nos cinemas também, dirigido pela Angelina Jolie - olha ela aqui no blog de novo!) conta a história de Louis Zamperini. Quem foi esse cara? Bom, primeiro, ele foi recordista de velocidade em corridas. Atleta Olímpico americano, competiu em Berlim em 1936, quando o mundo começava a pegar fogo. Daí, foi convocado pra lutar na 2a guerra mundial e, após batalhas mirabolantes, o avião dele foi atingido e o cara ficou 47 dias à deriva num bote de plástico no Oceano pacífico. MANO, 47 dias num barquinho de plástico, sem água, sem comida (claro q ele pescava e bebia água da chuva, mas o bote não tinha nada), cercado de tubarões! E quando você acha q sobrevier a isso é muito, o bote de plástico é tirdo dágua por um navio do exército jaaponês e o Louis vai parar num campo de prisioneiros no Japão onde ele foi esmurrado, avacalhdo, emporcalhado e humilhado além de qualquer limite. Por dois anos. Dois-freaking-anos.

ATENÇÃO, SPOILER!

. . . E ele sobrevive. E volta pra casa. Tem a maior crise de stress pós-traumático (por que será, né?), mas sobrevive a isso também. Morreu de velhinho, há uns 4 ou 5 anos, depois de carregar a tocha Olímpica das Olimpiadas de Nagano na frente do terreno onde ficava o campo de prisioneiros. Nessa parte eu chorei, porque me impressionou a capacidade dele de superar e de perdoar. Realmente sobre-humano.

.
FIM DO SPOILER

A narrativa é excelente, o texto super bem trabalhado não só com s memórias do Louis, mas também de várias pessoas que dividiram desventuras com ele. Recomendo fortemente esse livro a quem quiser ler algo épico, extremamente bem feito e com história impressionante. Só aviso que é preciso ser forte. Tem cenas tristes demais. Não de nojeira, mas de quão cruel s pessoas podem ser.

Fiquei curiosa pra ver o filme só pra saber como fizeram um dos personagens... se o cara que faz o guardinha japonês conseguir passar metade do que é descrito no livro, ele merecia ter sido indicado ao Oscar!

22.2.15

Super Gêmeos, ativar! Forma de um Unicórnio!

Corri os 5km da Color Run hoje de manhã e, como esperado, voou tinta e pó colorido pra todo lado. Lá não tem espelho, então vim pedalando pra casa só com uma vaga ideia de como me parecia. Antes de sair de casa eu estava de camiseta branca e uma sainha de tutu colorida.

Quando cheguei, descobri que tinha virado o Córnio, meu unicórnio de pelúcia.

21.2.15

Desafio dos livros 8 - Com as iniciais do seu nome

Título: Bagagem, de Adélia Prado
Categoria: Autor com as mesmas iniciais do seu nome
Categorias por tabela: Escrito por uma mulher
Índice Pá: 8

Eu achei, desde o início, que essa categoria seria um das mais difíceis. Porque tenho um nome duplo e dois sobrenomes, então são QUATRO letras pra bater. APFL, pra quem não sabe :P

Comecei olhndo nquela mesma list de best-sellers de onde eu achei o Sidney Sheldon pro livro do autor popular. E vi que aparentemente, não tem nenum populrzão com APFL. Tinha um russo com AP, mas achei muito pouco.

Fui olhar na Academia Brasileira de Letras, onde eu tinha pesquisado pra outra categoria. Ninguém. Fui olhando listas de escritores e poetas brasileiros, e vi a Adélia Prado em uma delas.

"Bom, se é pra ser AP, vou ler uma brasileira", pensei comigo. Aí estava tentando achar os nomes dos livros dela quando caí no verbete da Wikipedia. E começa assim: "Adélia Luzia Prado de Freitas, mais conhecida apenas como Adélia Prado..."

Mano, eu não acreditava. Eu sou APFL, ela é ALPF! As MESMAS letras, só com uma fora de lugar! Não tive dúvida, é ela mesmo que eu tinha de ler! Peguei o primeiro livro, "Bagagem", e me joguei na poesia.

O livro é muito bonitinho, e é fácil de ver por que o Carlos Drummond de Andrade gostava dela. É levinho, os poemas contam coiss do dia a dia. Especialmente do dia a dia feminino, de como você se comporta, o que pode fzer, o que não pode, e que tipo de coiss võ fazer as pessoas te olharem como louca. Foi escrito em 1976 e continua tão atual!

Eu não sou grande fã de poesia, ms essas são muito acessíveis e legais. E o livro é fininho, você vi lendo um poeminha por diua, dando uma risadinha (de engraçado ou de nervoso) e logo ele acaba. Gostei, recomendo especialmente para fãs de poesia e pra quem acha q é impossível defender ideias feministas com coisas delicadinhas, como versinhos.

20.2.15

Dá-lhe bolo! :D

Se eu comesse bolo em todos os aniversários de gente especial pra mim em fevereiro, ia estar com um fastio de glacê que vocês nem imaginam! :D

19.2.15

50 tons de milongas

- Pá, quer ir ao cinema assistir a '50 Tons de cinza'? Meu marido não quer ir nem amarrado! Pensei que você poderia gostar!
(Poxa, é essa a ideia q vc tem de mim?)
- Ok, pode ser.
(Papai Noel, anota aí que eu tô fazendo uma boa ação pra uma amiga, hein?)

Não foi o desastre que eu esperava. O filme é arrastado, bem fiel ao livro mas muito mais lento e menos explícito.

O mais engraçado, porém, foi ver q tinha 20 pessoas na sessão, das quais 18 meninas e 2 rapazes. Um dos quais tinha entrado sozinho, e saiu no meio filme. :P

18.2.15

Mãe merece do bom e do melhor, né?

Eu tinha deixado uns posts prontos aqui há uns dias, porque estava empolgada e sabia que não teria tempo durante a semana. Aí, quando vejo qual o post q ia entrar hoje, quase caí de costas.

Não podia colocar um post sobre 50 Tons de Cinza no dia do aniversário da minha mãe, né?!

Então o comentário (muito breve) sobre o filme fica para amanhã, e hoje eu só quero desejar um feliz aniversário cheio de felicidade e sucesso pra minha mãe, que é sem dúvida uma das pessoas mais talentosas do mundo! Já viram os patchworks dela? Têm que ver que lindezas!

Mãe, abração e beijãozão enormes, que atravessam o mundo! :* Te amo muito muito muito. Tudo do melhor no dia de hoje e sempre, porque você sempre escolhe os melhores caminhos - os com coração! =^.^=

17.2.15

Pá no Camboja, parte 12 - A volta e as observações

Após esses passeios todos, comemos uma refeição deliciosa com curry, frango, sorvete, torta de maçã e água de coco que custou 20 dólares os dois juntos. Tomamos banho, arrumamos as malas e fomos pro aeroporto. A viagem de volta foi tranquila, dormi a maior parte do tempo. Mas lembrei de algumas observações a fazer pra quem quiser ir pra lá:

- os funcionários da área de turismo em geral falam inglês ou alguma outra língua (vimos mandarim, francês e japonês também), mas é sempre meio macarrônico e muito cantado. Além disso, a maioria das pessoas não pronuncia a última sílaba das palavras. Por exemplo, todo mundo tenta te vender "coconã" ou "nice pants, I make good pry" (price). Isso gerou uma situação engraçada, quando um garçom perguntou se o Clinton queria o curry dele com "baguette or rye". Entre baguete e pão de centeio, ele disse q não queria nada. 'Rye' na verdade era 'rice' e ele ganhou uma tigela só com o caldo do curry, sem nada pra misturar :P
- Ninguém pedia esmola, mas TODO MUNDO tenta te vender coisas perto dos templos, e pedem 'remember me when you come beeeh' (back).
- Siem Reap cheira a queimado. O tempo todo. Leve anti-histamínicos.
--Leve também seus próprios remédios. O próprio cara da embaixada recomendou não comprar remédio lá.
- Quando pedir café, peça com leite condensado. É delicioso.
- Se gostar de algo, principalmente roupas e objetos de decoração, negocie. Eles topam baixar muito os preços.
- Agradeça sempre (A-kun!) e faça o gesto com as mãozinhas, como se estivesse rezando. Gentileza gera gentileza.

E com isso, voltei pra casa, com mais um carimbo no passaporte e muitas histórias pra lembrar!

16.2.15

Pá no Camboja, parte 11 - Profusão templária

Nosso terceiro dia em Siem Reap começou cedo, porque ainda queríamos ver vários templos, mas nosso avião de retorno saía de tarde. Por essa razão, vimos tanta coisa no primeiro dia (os pontos principais), no segundo fomos ver o templo mais distante (caso desse problema com o tuk-tuk, dava tempo de voltar) e no terceiro dia, faríamos o que desse dos templos menores.

Era feriado de Austrália Day nesse dia, e o hostel tem um gerente australiano. Pra comemorar, tinha Vegemite no café da manhã. Pra quem não conhece, Vegemite é uma pasta preta de passar no pão típica da Austrália. É salgada, feita com o resto dos ingredientes usados na produção de cerveja. Eu acho gostoso, mas há quem odeie.

Nosso passeio começou pelo templo de Prea Kahn, construído no lutar onde os Khmer venceram os Cham em alguma guerra antiga. O lugar virou uma universidade, com quase 100 mil pessoas circulando - entre alunos, professores, funcionários e dançarinas. A ponte que cruza uma lagoa para entrar no templo é ladeada por guerreiros segurando uma Naga gigante.

-Não deixa ela escapar!

Depois seguimos para Ta Som, que é muito perto e muito parecido com Ta Prohm, o templo da Tomb Raider. É parecido porque também foi tomado pela vegetação e do nada aparecem árvores crescendo no meio das pedras. Algumas até servem de moldura para portais e janelas.

-Eu quero crescer aqui, nesse telhado.

O terceiro templo do dia foi o menorzinho e mais esquisito de todos. Eu o apelidei de "Templo da Dengue", porque ele fica depois de uma ponte que atravessa tipo um manguezal, com uma área de água parada gigantesca. E quando você chega lá dentro, tem mais água parada!

Neak Pean (que significa "cobras entremeadas") foi construído para ser a representação do lago Anavatapta, que fica nos Himalais, perto da morada dos deuses. Diz a lenda que suas águas curam todas as doenças, então o templo era usado como clínica para tratamento de doenças. São quatro lagoinhas artificiais em torno de uma lagoa maior, com um templinho redondo no centro. Cada ponto cardeal é protegido pela imagem de um deus. E no topo do templinho tem a escultura de um NENÚFAR. Os caras são tão bons em escultura que conseguem fazer um flor de pedra.

O nome do templo vem de duas cobras esculpidas bem na base do templinho.

O próximo templo era mais tradicional. East Mabon, conhecido como templo dos elefantes, tem (adivinha!) estátuas de elefantes em todos os cantos, além de várias imagens do Deus Indra cavalgando (ou seria elefangando?) o elefante sagrado Airavata. Parece um templo-montanha, mas não é. Ele foi constru~ido pra ser um reservatório de água, mas como a ´gua não está mais lá, parece q as torres são ainda mais altas.

- Basta saltar essa mureta e eu chego lá!

Pra finalizar a manhã, visitamos outro templo bastante famoso, o Pre Rup. Esse é conhecido por ser um lugar lindo pra ver o por-do-sol. Dizem que fica tudo laranja. Isso não vimos, porque estávamos lá 'a 1 da tarde :P Mas era mesmo muito bonito. Nas torres do alto, os templos dedicados a deusas são guardados por apsaras, enquanto os dedicados a deuses tem guerreiros. Cada um no seu quadrado.

Já comentei da quantidade de escadas, né?

Imagina isso ao por-do-sol, como deve ser lindo!
Despois do passeio, voltamos ao hostel e fomos comer nos restaurantes atrás do Hard Rock Café. Era hora de empacotar tudo, especialmente a m´quina fotográfica, e se preparar pra voltar pra casa.

13.2.15

Festival Multicultural

Às vezes eu dou umas pausas nas postagens porque, enfim, a vida segue, né? :D Hoje vou trabalhar o dia todo no Festival Multicultural de Camberra, mas acredito que amanhã eu já consiga continuar com as postagens. A Viagem ao Camboja está quse no final, mas ainda tem um monte de templinhos!

E respondendo a uma pergunta da Celina, sim, provamos trocentos tipos de curry, mas não todos! Curry lá é tipo dizer 'sopa' no Brasil. Você prova 10 diferentes e ainda tem umas 50!

12.2.15

Desafio dos livros 7: não-ficção

Título: Angkor Antiga, de Micheal Freeman e Claude Jacques
Categoria: Não-ficção
Categorias por tabela: Nenhuma
Índice Pá: 7

Esse livro foi um guia que compramos no Camboja e acabei lendo todo, porque era muito divertido. As partes sobre os templos que visitamos íamos lendo a cada parada, e o resto eu li no avião, na volta pra casa. Poderia ter um pouco mais de explicações sobre quem eram os reis, deuses e figuras mitológicas, em vez de apenas dizer 'na parede X há uma imagem do rei Z lutando com uma lendária cobra Naga". Mas aí acho que vai um pouco do leitor ter se informado antes. Foi bastante útil na viagem. Não recomendo como leitura por diversão, mas se alguém for ao Camboja, quebra bastante o galho.

11.2.15

Pá no Camboja, parte 10 - De onde veio toda essa gente?

Após a visita a Beng Mealea, que foi bem longa (eu me enfiei em cada buraco... por sorte meu senso de direção é bom), o Trun deu aquela paradinha básica no restaurante "de branco" pra gente comer. Apesar de ser claramente voltado pra turistas, esse já era mais "true", ou mais "roots", como diz minha chefe. Tinha cachorro passeando no restaurante, foto do filho do dono na parede, chão de terra batida, essas coisas. Comemos curry.

A viagem de volta correu sem grandes emoções. O Trun nos contou um pouco sobre o Khmer Rouge, explicou que as pessoas constroem as casas mais altas (tipo palafitas sem água) porque "morar no alto é chique, morar no chão é pobre", e contou que tinha um filhinho. Não entendemos o que houve com a mãe da criança, mas o menino mora com ele. Eçe perguntou se queríamos dar um alô. Por que não, né?

A casa do Trun, que ficava atrás da rua cheia de resorts, foi a melhor casa que vimos no Camboja pertencente a uma 'pessoa normal' (não do governo). Tinha dois andares e chão de piso. Tinha um quarto também, separado da sala - algo muito raro por lá. Na sala tinha um sofá, uma mesinha de centro baixinha e um guarda-louças. Tinha um ventilador pendurado no meio do teto. Não tinha mesa de jantar ou cadeiras. O filhinho dele, muito fofo, nos cumprimentou dizendo 'Hello'. Ele perguntou se queríamos "potato e coconã". Aceitamos, e a irmã dele apareceu com um prato de mandioca cozida e um coco verde pra gente tomar. Ele ficou muito surpreso quando eu disse q aquela 'potato' crescia no Brasil, e que fazíamos muitos pratos com ela. Ele concordou, e disse que era uma ótima 'potato'.

Antes que ele nos levasse de volta pro hotel, perguntei se podíamos entrar em Angkor Wat de novo. Eu queria subir numa das torres, e dar uma outra olhada geral no lugar. Ele topou, e lá fomos nós.

E aí, tinha a gente e toda a torcida do Corinthians E do Flamengo dentro do templo.

Foi o maior balde de água fria. Era tanta gente, mas TANTA gente, que não era possível andar direito, bater fotos ou apreciar as imagens nas paredes. Então, fica a dica: pra ir a Angkor Wat, tem de ser de manhã cedo! Não tentem entrar às 16h que é furadíssima! Pra não dizer que foi perda total, vimos uns macaquinhos simpáticos. Muito mais simpáticos q uns turistas que empurravam todo mundo e largavam garrafinha dágua no chão.

Nem davam bola pras pessoas. Bem faziam eles.

Ah, vai, até bati uma ou outra foto. Depois ds 17h começou a diminuir a quantidade de gente, mas o templo fecha às 17h30.

- É alto aqui, né, pessoal?

Na saída, compramos um guia que tinha explicações detalhadas de cada templo - estávamos muito curiosos com o significado de várias coisas que vimos. Depois fomos pra o hotel, tomamos banho, trocamos de roupa e fomos das uma volta no Mercado Noturno. Negociando bastante, compramos uns presentinhos. Eu queria um vestido, mas não achei nenhum no modelo certo. Fomos jantar no Rohatt Café, atrás do Hard Rock Siem Reap. MELHOR COMIDA!

Não comemos curry. Dessa vez, o prato foi uma berinjela refogada com carne de porco moída. Uma delícia, de raspar o prato! As bebidas também estavam ótimas: eu tomei um frapê de morango e o Clinton tomou um café gelado. Recomendo, fica fora da área da muvuca, é lindo e gostoso.

Invejem, porque tava bom à beça.

Depois, voltamos, caímos na cama e dormimos ouvindo um jogo de futebol da Copa da Asia. Viva o timer da tv!

10.2.15

A parte triste da história

Como nem tudo é lindeza, não tem como deixar de comentar isso. Ao lado da entrada de Beng Mealea, em um terreno onde um monte de gente provavelmente andaria, havia uma placa: "Deste terreno foram retiradas 484 minas terrestres". Existem outras placas assim, espalhadas por Siem Reap. Eram as minas colocads no chão pelo Khmer Rouge (Khmer Vermelho), regime totalitário q governou o país entre os anos 70 e 90.

O Camboja aind está se recuperando do Khmar Rouge, e basta entrar em qualquer banca de revista da cidade ou livraria pra notar. Tem MUITOS livros sobre o regime, contando as atrociddes que foram feitas, e também a biografia de seus líderes.

Num resumo bem resumido, o Khmer Rouge foi um grupo que deu um golpe e instaurou um regime comunista radical (distorcendo muito as ideias de Marx e, veja só, até de Mao): o povo fazendeiro era a única classe trabalhadora verdadeira, então todas as pessoas do país form forçadas a se mudar pra o campo e plantar/criar algo. A capital Pnom Phen e s cidades maiores viraram cidades fantasmas, e até hoje dizem que são meio esquisits, com gente ainda procurndo seus antigos lares. Todos os empresários foram mortos, assim como intelectuais, gente de óculos (por que lê muito, então é intelectual), pessoas que falavam duas línguas (muito intelectuais!), artistas e religiosos I(porque religião era perda de tempo e as pessoas tinham de trabalhar). A única coisa que as pessoas podiam fazer era trabalhar no campo, na maioria das vezes separadas de sus famílias. Ah, e lembra que eles normalmente já não se encostavam muito? Começou a valer a regra do 'encostou, morreu'.

Um em cada quatro habitantes do Camboja foi morto naquela época. Quase 2.5 milhões de pessoas. Foi um dos miores genocídios da história da humanidade, que só acabou quando a Rússia (que até curtia um comunismo, mas assim também era demais) resolveu ajudar o Vietnã (vizinho do Camboja que tinha tretas com os EUA - sendo essa a principal razão do apoio russo) a invadir o Camboja e derrubar o regime.

A população do Camboja é muito jovem, e a maioria das pessoas vivas hoje não viveu os horrores da época. Mas inda assim, é muito recente e várias pessoas ainda são atingidas pelas minas terrestres espalhadas pelo país. Porque tinha mina até NAS PORTAS DOS TEMPLOS que são patrimônio da humanidade.

Graças a Deus (e o Vietnã, nesse caso :P) que a desgraceira acabou. Ou pelo menos essa desgraceira, porque o país ainda tem vários problemas a resolver. Mas pelo menos, as pessoas agora têm autonomia sobre suas vidas - um direito que nunca deveria ser tomado de ninguém, em lugar nenhum do mundo.

9.2.15

Pá no Camboja, parte 9 - Indi-Ana-Paula Jones no Templo da Demolição

A viagem até Beng Mealea dá duas horas de tuk-tuk, ou um hora e meia de carro. fomos de tuk-tuk, e haja vento :P~~~ Mas hoje eu saí do hotel com um lenço no pescoço. Fica a dica, tragam um lenço pra encarar o vento no tuk-tuk! E óculos escuros, pra proteger os olhos da poeirada.

No caminho, momentinho 'cai a ficha - não, cai a BIGORNA". O Trun tava dizendo que a fruta da palmeira cambojana era muito gostosa, aí eu disse que queria provar. "Ah, minha amiga tem uma loja mais pra frente na estrada, a gente para lá."

Paramos na tal loja, que vendia echarpes e rapaduras de palmeira cambojana. A moça, muito simpática, estava descascando umas frutas e deu uma pra mim e uma pro Clinton. Muito gostosas, cheias de suco e bem docinhas. Parecia um coco, mas como se vc conseguisse tirar toda a parte verde e servir só uma 'bolha' branca cheia de água. Agradeci (Ah-cum, Ah-cum!) e perguntei qto custaram as frutas. "Nãh, é presente", ela disse. Aí eu peguei uma rapadura e perguntei "Então posso levar um desses? Quanto custa? Dois dólares tá bom?", e entreguei dois dólares pra ela, achando de verdade q esse era mais ou menos o preço.

Gente, a moça só faltou chorar.

Ela pegou os dois dólares, mas tremia, ria, falava umas coisas que eu não entendia lhufas, e desatou a encher um saco plástico com frutas. E fez sinal pra eu levar a rapadura E as frutas. "Ela faz questão que você leve", o Trun traduziu. Eu agradeci, mas fiquei meio passada. MANO, a menina passa o dia numa lojinha (entenda-se, tábua com produtos em cima e uma coberturinha de capim) na estrada no fim do mundo, mexendo num tacho no chão pra fazer a rapadura, e quase teve um ataque do coração qdo eu dei dois dólares, tipo, cinco reais, pra ela por um pote de uns 400g de rapadura. Gente, que mundo é esse? Por que uns com tanto e uns com tão pouco?

Mas anfã, tinha fruta pra comer o dia inteiro - e foi bem isso que fizemos. Ainda compramos mais uma melancia numa 'loja' mais pra frente, e finalmente chegamos a Beng Mealea.

E a entrada do lugar tá desse jeito.

Há umas plataformas de madeira para andar por esse templo gigantesco. Os 'Tours de Pato' (aqueles com a mamãe pata na frente e os patinhos atrás) só percorrem o caminhozinho e não embora. Mas na verdade você pode sair das plataformas e andar por todas as ruínas. Elas estão praticamente no mesmo estado em que foram encontradas, há 4 décadas. E são caóticas. Você sobe, desce,escala, entra em túneis, sai nos lugares mais esquisitos.

- Oncotô, Oncovô?

Como o lugar é gigantesco e a maioria das pessoas não se arrisca a sair do caminho marcadinho, dá pra explorar esse templo sem ser atropelado por hordas de turistas. Ele não é tão bonito (porque tá todo quebrado), mas é muito divertido e relaxante - tem árvores crescendo pra todo lado. E essa história de subir e descer das paredes dá uma sensação gostosa de Indiana Jones.

Só falta a bola rolando atrás de mim!

Apesar do trampo que é chegar (e atravessar) esse lugar, vale a pena o passeio. É muito bonito, e de vez em quando você acha um corredor com figuras em boa qualidade ou uma ou outra sala com estátuas. Só precisa procurar.

8.2.15

Pá no Camboja, parte 8 - A antiga capital

Obrigada por lerem até aqui, vocês repararam que o primeiro dia foi longo, né? O segundo foi bem menos punk, fiquem tranquilos. Tomamos nosso café da manhã no hotel, então tinha pão, manteiga, suco de laranja, de maçã e panquecas com calda. Não mais q isso, mas também não precisa mais q isso, né? Yay, o dia não começou com curry! :D

Saímos do hostel e nosso esfoçado Trun estava na porta, nos esperando com seu tuk-tuk roxo. Nossa primeira parada eram as ruínas dos templos da primeira capital Khmer, chamada Roulos. São templos pequenos se comparados aos outros, e muita gente nem os visita. Mas eles ficavam bem no caminho de um templo grande que queríamos ver, então, porque não, né?

O primeiro templo, chamado Prea Ko ('Vaca Sagrada', disseram que significava), foi onde bati a foto com a estátua da vaca e as crianças. Está bem demolidinho, mas era onde ficava o primeiro palácio real da região. Tem seis torres, e você sabe direitinho quis eram para os reis q quais eram as das rainha. Isso porque dos reis têm guerreiros entalhados, e as das rainhas têm Devatas.

Um templinho miúdo pra começar o dia.
O segundo templo, Bakong, não era para reis e sim para os deuses - mais especificamente, Shiva. Foi o primeiro templo montanha da região, e como você pode ver na foto abaixo, é muito, MUITO alto. A pessoinha de amarelo (nada discreto) sou eu.
- Mãe, olha eu aqui!

Essa foto foi engraçada... Quando eu vi a altura do templo e que tinha uma portinha lááááá em cima, falei imediatamente pro Clinton que queria uma foto e disparei escadaria acima. Foram muitos lances de escada, super inclinados. Eu corria, parava, subia, corria, subia, respirava, e depois de sei lá quantas centenas de degraus cheguei lá em cima, bem arfante.

Pois quando eu cheguei na portinha, que eu levanto a cabeça e olho lá dentro, Buda estava olhando pra mim. Eu congelei, e a respiração que tava curta travou de vez.

Não bati foto, mas lá dentro dessa portinha tem uma estátua grande de pedra de Buda, sentado, e vestindo uma toga dourada. Não sei descrever o gelado que cruzou mui corpo quando dei de cara com ele no 'alto da montanha'. Mas foi bem impressionante e paralizante. A ponto de eu ouvir o Clinton perguntando, lá de baixo: "você vai ficar de costas pra foto?"

O passeio em Roulos foi rápido, porque tínhamos duas horas de estrada à frente. O destino? Beng Malea, o templo gigante em ruínas.

7.2.15

Pá no Camboja, parte 7 - Pre-pa-ra que é hora do show das Apsaras!

Tomei um MEGA-banho. Depois dessa andança toda em um dia só, eu tava mais suja e poeirenta que um bicho-pó do Totoro. Sério, a gente rodou quase 100km de tuk-tuk e andamos, se contar todas as subidas e decidas, bem uns 7-8km pé entre as 5h da manhã e as 6h da tarde. E Siem reap é linda, mas tem um cheiro constante de folha queimada no ar e muito, MUITO pó.

O cheiro de queimado se explica porque a maioria das pessoas queima o lixo. Não tem coleta, então você faz uma montanha de lixo no seu quintal e queima. Simples assim. TODO MUNDO faz isso, todo dia. Aí a poeirada e o cheiro são inevitáveis, né?

Mas enfim, um vez limpinha, coloquei minha blusa de oncinha e uma calça jeans pescador (sentiu a chiqueza da produção, né?) e pegamos o tuk-tuk pra ir jantar em um restaurante buffet q tinha Dança das Apsaras.

Já falei um monte de vezes que os templos todos têm imagens das ninfas dançantes. Pois a tal dança delas existe até hoje, e várias meninas aprendem. Você dança com uns chapéus enormes, que representam as montanhas dos deuses, e cada movimento é milimétrico. Assim como o Budismo fala muito de controle, de evitar o desperdício de energia, essa dança também é assim. Cada mexidinha de mão, cda passinho, é feito do jeito mais delicado possível. É bem lento, quase parado, mas é bonito.


-Mexe um dedinho, mexe o olhinho, vira devagar!

O buffet do jantar não foi lá grandes coisas pra mim. Tinha curry (óbvio), alguns sushis e vários pratos chineses, pois esse é o principal público do Camboja hoje em dia. Comi um ou outro bolinho, mas praticamente minha alimentação hoje foi totalmente composta por curries. Eu gosto, mas se passar mais um dia assim vou precisar de uma Eparema :P

As danças, por outro ldo, foram muito bonitas. Além de duas danças das Apsaras, teve uma 'Dança dos pescadores' e a 'Dança do Coco'. Como no Camboja homens e mulheres nunca se encostam, a não ser que sejam casados, a dança é uma das poucas oportunidades de interagir mais de perto com o sexo oposto. É bem esquisito. Por exemplo, nosso motorista, o Trun, um dia ficou muito contente com a gorgeta e deu um abraço no Clinton. E me deu um aperto de mão. Se eu fosse falar com os monges, eles ficavam olhando pra baixo. E se eu precisasse entregar algum objeto pra eles, tinha de colocar numa mesa, numa mureta ou em algum lugar, e o monge pegava o objeto dali, nunca da minha mão.


A Dança do Coco é um jogo de coordenação motora, e uma das formas em que homens e mulheres podem interagir quase encostando as mãos, mesmo sem casar.

Mais Apsaras, muito divas

Depois de ver as danças e tals eu concluí que as Apsaras são as ninfas mais divas do mundo. Que fadinha translúcida que nada, nem energiazinha da natureza, naahh, o lance é ser ninfa-mega-diva dançante cheia dos acessórios poderosos. Curti.

Depois do show o Trun perguntou se a gente queria ir para o Night Market ou a Pub Street. Eu e o Clinton caímos na gargalhada e pedimos pra voltar pro hotel. Estávamos quebrados demais, e o colchão gigante e 'tauba' do hotel era tudo o que eu queria!

6.2.15

Pá no Camboja, parte 6 - O Templo das Mil Faces

O Templo Bayon é um das construções mais impressionantes de Siem Reap e provavelmente o segundo templo mais famoso, após Angkor Wat. Ele possui atualmente 37 torres, ms originalmente tinha algo entre 45 e 54. Cada uma delas com pelo menos um rosto gigante desenhado na rocha.

Cada foto foi batida de um lado do templo, com cerca de uma hora entre uma e outra

Andar lá por dentro é como andar pela biblioteca de "O Nome da Rosa". Existem regras para a ordem das salas, que você não entende, e cada uma delas têm um significado, que você não sabe qual é. As paredes, além dos rostos gigantes, possuem entalhes que mostram desde cenas de batalha entre os Khmer e os Cham até cenas domésticas, como mulheres preparando arroz e macaquinhos comendo frutas. Também tem Devatas e Apsaras, mas não tantas.

Não se sabe qual a razão dos rostos gigantes, mas como eles estão entalhados exatamente nas posições dos pontos cardeais, acredita-se que podiam ser guardiões. Foi o templo que o Clinton mais gostou, e meu segundo favorito (Angkor Wat pra mim ainda foi o mais lindo).

-Tá olhando o quê?

Após uma caminhada longa e muita escadaria, descemos do templo Bayon e voltamos para o hostel de tuk-tuk. O caminho passava na frente de Angkor Wat, que é bem visível mesmo de longe, por causa da altura. Fiz uma note mental de voltar lá nos dias seguintes, pra explorar mais. Mas agora era hora de tomar um banho e seguir em frente. Não, o dia ainda não tinha acabado pra nós!

5.2.15

Pá no Camboja, parte 5 - Olha o passo do elefantinho

Descemos o morro dos piu-pius e vixe, como estávamos com fome! Era quase uma da tarde e nosso tuk-tuk driver nos disse q conhecia um restaurante bom ali perto, no caminho de volta para a cidade. Topamos na hora. Chegando no lugar, caímos na risada: é o que os chineses chamariam de um "restaurante de branco". Um lugar que vende comida local 'amenizada' para o paladar dos turistas. Só tinha europeus lá dentro n hora que chegamos. Mas buenas, o Turn disse q a comida era boa, e a gente não estava muito em condição de escolher.

Eu peguei um Curry (ohhhh, jura?) de carne e o Clinton pegou um Curry de peixe servido no coco verde. Ambos muito gostosos, mas provavelmente bem menos picantes do que o que seria normal. Os garçons ficaram surpresos quando agradecemos em Khmer (você junta as mãozinha como se estivesse rezando e diz "Ah-cum").

De lá, fomos para a região de Angkor Thom, um complexo que um dia foi uma cidade inteira, com palácio, casas, templos, piscinas, bibliotecas e outros prédios. O lugar é todo murado e tem 9km de lado, e o nome é bem apropriado - significa "Grande Cidade". Foi realmente uma das maiores cidades construídas durante toda a história dos Khmer.

Começamos andando por uma plataforma chamada "Terraço do Rei Leproso". É como se fosse um palco gigante, bem alto e largo, de onde os nobres podiam assistir a movimentação da cidade. O nome esquisito vem do fato que, quando o lugar foi encontrado pelos franceses, havia uma estátua muito gasta no centro, com vários membros faltando. Acredita-se que era na verdade uma estátua de Yama, deus do mundo inferior.

A suspeita meio que se confirma quando você desce uma escadinha e começa a andar 'dentro' do palco (no chão, atrás da parede frontal, num corredorzinho muito estreito entre ela e a parte principal do palco). As paredes do tal corredorzinho são COMPLETAMENTE entalhadas com um bazilhão de imagens de guerreiros, devatas e nagas (cobras de várias cabeças). E não é curto não, vai bem uns 50 metros de corredor e esquinas. Como esse corredor estava cheio de terra por séculos, demoraram a achar esse 'submundo secreto', e as estátuas estão bem preservadas.

Tudo isso ficou enterrado por séculos.

Saíndo do corredor do Submundo, fomos ao terraço seguinte, o Terraço dos Elefantes. No topo desse 'palco', que é ENORME (uns 100 metros), ficava um dos palácios reais. Não fica mais porque o palácio era feio de madeira, e com o tempo, apodreceu e caiu. Só os deuses mereciam casa de pedra, nem o rei tinha uma! Mas o terraço ainda está lá, e tem elefantes entalhados em toda a lateral. Daí o nome óbvio. Era de onde o rei assistia desfiles e conferia se tudo na cidade funcionava direitinho.

Olha como ele é bonitinho!

Andando em direção à floresta atrás dos terraços, você encontra duas contruções enormes (além do bosque lindo): Phimeanakas, que continha aposentos reais e as piscinas do rei, e Bapuon, um templo-montanha.

De quebra ainda acha uns monginhos super-simpáticos

Phimeanakas é alto pra chuchu, e lá de cima você vê duas grandes piscinas à esquerda do templo. Um molequinho que pedia doações pra escola de inglês dele (após me dizer, como quase todos os vendedores, que "Austrália Capital Camberra Coala Canguru"), me contou que uma das piscinas era para o rei, a outra era para as 250 concubinas dele. Eu olhei pra água e deu um nojinho. 250 pessoas numa piscina sem filtro, por mais q fosse grande, é meio Piscinão de Ramos, né?

Haja escada. O rei devia ter umas pernas bem torneadas, nossa!

Bapuon também é muito, MUITO alto. O templo não está em boas condições, mas ainda é possível ver alguns entalhes, até de coiss bem delicadinhas como flores de lótus. Mas a altura impressiona. E não, não existia corrimão naquele lugar.

Vejam só o tamanho das pessoinhas láááá embaixo.

Por causa do tamanho, Bapuon era conhecido como "A Torre de Bronze". O que também implicava que havia algo mais imponente na região, relacionada ao metal mais precioso: A Torre de Ouro. E é pra lá que iríamos em seguida.

4.2.15

Pá no Camboja, parte 4 - O Templo das Meninas e a cachoeira dos Mil Piu-Pius

Após a visita ao templo Tomb Raider, pegamos o tuk-tuk e nos afastamos una 40km do centro de Siem Reap. Fomos em direção a Banteay Srei, a "Cidadela das Mulheres", ou "Templo das belezas". É um templo pequenininho (poucos andares, murinho baixo), mas que foi construído todo em rocha vulcânica. Como esse tipo de rocha é mais resistente e mais dura, o templo se desgastou menos com o templo. Os entalhes nas pedras são lindíssimos e impressionantes. A maior quantidade de entalhes detalhados (isso soa esquisito, né?) que vimos a viagem toda.

Isso tudo para uma simples portinha lateral.

O nome do templo é recente, e se refere à imensa quantidade de Devatas e Apsaras desenhadas em todas as paredes. Originalmente, acreditam que o templo era dedicado a Brahma, Vishnu e Shiva. Há imagens deles nas torres principais. Os desenhos são tão bonitos que, infelizmente, muitos foram quebrados com cinzel e roubados para venda no mercado negro. O governo local e pesquisadores franceses tentaram ao máximo reproduzir as imagens roubadas e substituí-las por outras, de concreto. Pois acreditam que quebraram e roubaram de novo? Os ladrões eram tão gananciosos (e tansos) que até imagem de concreto estavam roubando. Porque rocha vulcânica vermelha de mil anos e concreto é igualzinho, né? :P

De lá, fomos a outra área mais afastada, Kbal Spean, também conhecida como "Cachoeira dos Mil Lingas". Linga é uma representação do poder dos deuses, criadores da vida. Tem formato cilíndrico e abaulado, tipo um liquinho ou uma salsicha gorducha, que cria novas vidas ao se encontrar com o poder das deusas. Por aí você já entende de onde alguns pesquisadores tiraram a dedução que o "linga" é, na verdade, um piu-piu estilizado.

E obviamnete, visitar lugares cheios de piu-pius chama muito mais a atenção dos turistas do que visitar lugres cheios da "representação física do poder dos deuses", né? :P

Bom, chegar em kbal Spean não foi exatamente fácil, e por essa razão esse lugar é um dos menos visitados da região. Pra chegar lá é preciso subir uma trilha de 1,5km morro acima. E lá no alto, não há templos, nem mesmo uma cachoeira de verdade. É na verdade um riachinho, com várias imagens entalhadas nas pedras do rio.

'Cachoeira' é porque o inglês das pessoas não é muito bom...

Eu entendo porque muita gente reclama e se decepciona. Você anda um bocado e não vê um milésimo das coisas que existem em Angkor Wat ou Banteay Srey. Mas aí eu fiquei pensando quão sensacional era andar no meio do mato, montanha acima, e de repente dar de cara com um entalhe de Shiva tomando um banho de rio. E cada umas das bolinhas representa um 'linga', já gastinhos pela água, mas ainda... lá (eu ia dizer 'firmes e fortes', mas soou mal). Realmente, esse lugar é muito surreal. Os estalhes vão ao longo de uns 100 metros do rio, espalhados pelas pedras.

Assim, eu diria que se a pessoa tem bastante tempo, ou curte caminhar, como a gente, vale a pena visitar a 'cachoeira dos mil lingas'. Não, euy não contei se eram mil mesmo, mas era um monte! Se você é mais fã de um confortinho, deixe esse passeio de lado e vá de tuk-tuk aos templos. Só lembre que as divindades faziam parte do dia a dia das pessoas da região e não se resumiam aos templos - até nos riachinhos do meio de lugar nenhum eram lugares para que elas fossem relembradas e imortalizadas.