28.9.10

As Aventuras da Pá na terra dos mistérios do East End - 5º dia

Acordei com a garganta formigando, depois de toda a chuva do dia anterior. Empurrei leite quente nela, no café, e aliviou bem. Até dormi mais um pouco depois, porque tava muito moída.

Acordei de novo com uma moça passando pano no quarto. A Mari foi tomar banho, não viu que ficou com os 2 pés em cima do ralo e alagou todo o corredor. Resolvida a enchente (que não me afetou, porque as camas e armários são altos, e eu ainda tô no andar de cima), fui de busão com ela até Abbey Road. Pegamos um ônibus na direção contrária, depois trocamos pro lado certo. A Mari tava toda empolgada com o ônibus de 2 andares. Foi um passeio bem bonito, o bairro de Abbey Road lembra um Jurerê Internacional, sem a praia.

Foi fácil achar a faixa de pedestre dos Beatles: era onde tava CHEIO de gente batendo foto. Atravessei umas 20 vezes, depois foi a vez da Mari. A maioria das fotos ficou meio tosca, mas valeu pela diversão. Minha cara não tá boa pra fotos, na real. Por causa dessa semi-gripe, tô com olheiras e a cara inchada. Tá uó, mas beleza. Na volta, eu e a Mari nos separamos pra ir cada uma pra um canto.

Peguei o metrô às 13h e fui pra South Kensington. Saindo da estação, de um lado da rua tem o Museu de História natural e, do outro, o Victoria e Albert Museum. Ambos em prédios maravilhosos. Mas nenhuma lanchonete à vista, e eu tava desesperada por comida e banheiro :P Andei umas 2 quadras até achar um lugar limpinho. Adivinhem: um Pret a Manger. Tô quase começando a ficar com raiva desse lugar :P Comi um sanduíche de salada, queijo, frango marinado e bacon. Pra beber, fui num Starbucks ali do lado e pedi um café com caramelo, pra reforçar a garganta. E fui pra fila do tiranossauro.

Eu e toda a torcida do Corinthians.

O museu de História Natural é grátis, e tinha pelo menos umas 700 pessoas na minha frente. Então fui a uma exposição de borboletas na frente do museu, um viveiro cheio de borboletas soltas. E quem visse essa mostra (q custava 6 libras) tinha entrada prioritária no museu. Peguei meu ticket e entrei na frente de todo mundo. E aí vi que, se tinha 700 pessoas na fila, dentro do museu tinha pelo menos umas 3 mil. Quase todo mundo na fila pra ver os dinossauros.
Tinha um monte de crianças. Por um lado, é muito fofo ver a molecada aprendendo sobre os bichinhos, mas pelo outro, a barulhada... De qualquer forma, entrei na fila dos dinossauros. E valeu a pena! É tudo muito explicado, tem vários fósseis e modelos legais.

Gostei também da parte dos mamíferos, que tinha vários bichos peludinhos fofos, e os marinhos como a baleia azul e o peixe-boi. O prédio também era lindo por si só. Um guia australiano, o Nicholas, me falou que, apesar de parecer um palácio, já tinha sido construído pra ser Museu de História Natural. Por isso tem vários detalhes de bichos no teto e nas escadas.


De lá, atravessei a rua e fui ao Museu Victoria e Albert, também num prédio lindo. Por ser um museu de decoração (ou 'arte aplicada', como eles dizem), não tinha quase nenhuma criança. Na entrada, um lustre de vidro já fez o museu me ganhar ali mesmo. Coisa mais linda. Logo passei para a ala 'Renascimento", que foi a que gostei mais. Tinha um painel com estátuas que ela abobalhante de lindo. Bati fotos, mas saí com a maior cara de pastel. Ê, gripe :P

Dei mais algumas voltas por lá e tive mais que certeza que minha mãe ia adorar esse lugar. As coisinhas de metal, as tapeçarias... Tudo muito lindo. E então, resolvi correr para o hotel e trocar de roupa. Coloquei meu vestido, as meias grossas e as botas, antes que meus pés explodissem dos tênis, e saí correndo pra Tower Hill, onde ia começar o Grim Reaper Tour.

18h - Nessa hora, era o combinado que as pessoas interessadas em conhecer mais sobre o lado sombrio de Londres se encontrassem ao lado do relógio de sol da Torre de Londres para participar do tour. No total, eu e mais 6 pessoas vieram, e uma guia americana, a Renée, começou a andança.

Na praça entre o relógio de sol e a Torre acontecia a cortação de cabeças na época dos Tudor. Tem um memorial com o nome de alguns dos executados. A Renée contou que chegavam a construir arquibancadas pra esses eventos. E que uma vez uma delas quebrou e 20 pessos morreram. O condenado achou tão engraçado que ainda tava rindo na hora que cortaram a cabeça dele. Depois passamos por fora da Torre de Londres, que deve ser o prédio mais mal-assombrado da cidade. Ela contou a história da Ana Bolena e dos principezinhos. Atravessamos um muro da época romana e circulamos pelas docas, hoje restauradas, mas que em tempos medievais era uma mega favela podrona. De lá vieram os ratos da grande praga, que matou metade da cidade. Até passamos por um poço onde jogavam os defuntos, coitados, porque não tinha mais espaço nos cemitérios.
Terminamos o tour passando pelos dois prédios de arquitetura mais chamatica de Londres: o Gherkin, que parece um ovo de páscoa de vidro, e outro que é 'do avesso: todos os canos e fios ficam do lado de fora. E foi entre eles, numa praçoca bem mequetrefe, que Jack o Estripador quase foi pego, enquanto matava uma de suas vítimas, que ficou lá, largada no chão.

Depois disso, jantei ali perto, no metrô, uma Pastrie de carne (tipo um calzone folhado) e voltei pro hotel. Mandei um e-mail pra casa e peguei o despertador da Mari emprestado. Ela tava toda nervosa, porque ia embora no dia seguinte, depois de 50 dias viajando pela Europa. Ela me emprestou o IPhone pra eu levantar cedo e pegar o ônibus pra Stonehenge. Tomei meu banho na ala da frente (que tava desocupado) e fui dormir.

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