6.3.09

"Que não tem olho de botãããããaããão"

Semana passada assisti a um filme que já conquistou minha torcida para o Oscar 2010: Coraline.

(Obviamente, quem lançou o filme no Brasil achou o nome muito curto e tascou um subtítulo que não existe no original, "e o mundo secreto")

Todo feito em stop motion - aquelas filmagens com bonecos e massinhas -, o filme conta a história de Coraline, uma menina que todos chamam erroneamente de Caroline e que acabou de ser mudar para uma pensão com os pais.
O problema é que os pais dela trabalham demais e não dão a mínima pra ela. E ela começa a explorar a casa, até achar uma porta para o tal mundo secreto, onde tudo é igual ao mundo real, menos duas coisas: todo mundo dá atenção a ela... e tem botões de roupa no lugar de olhos.

Bizarro? Sim, muito. Aliás, não sei pq o filme não tem censura. Talvez por ser uma animação, acharam que era filme pra criança. Ok, é um filme de horror para crianças. Não tem tripas, nem nojeiras... mas DÁ MUITO MEDO. E terror de imaginação, o q é muito pior q os monstros. Eu não levaria crianças com menos de 9 ou 10 anos.
Por outro lado, foi exatamente isso q eu gostei. A animação é fenomenal, o roteiro é fantástico (Neil Gaiman, autor de Sandman) e o filme não trata criança como uma criatura boba, q sempre precisa de um super-herói e um final feliz. Aliás, a coloca diante de um dilema complicado: vc trocaria sua família por estranhos q te tratam bem? E ainda mais com aqueles olhos de botões? O título do post, aliás, é o trecho de uma música q o 'outro pai' da Coraline faz.
Além disso, a versão em 3D (com aqueles óculos) foi muuuito bem feita. Na verdade, ele foi mesmo criado pra ser 3D, ao contrário da maioria das animações atuais, q nasce 2D e eles 'tresdezeficam' :P
Indicado, mas apenas para adultos capazes de aceitar q há crianças vendo esse filme e para crianças não-impressionáveis.

Um comentário:

Conrado disse...

Bem, na verdade esta é uma história infantil, mas daquelas que força a criança a criar algumas sinapses apresentando dilemas da vida real para ela. Diga-se de passagem, quase todas as histórias do Neil Gaiman são assim.

Recentemente, li o "Graveyard Book" do Gaiman, e só tenho uma coisa a dizer: delicioso! Ele narra a história de um garoto que tem a sua família assassinada e que é criado pelos fantasmas de um cemitério. Só que o assassino da sua família ainda está à sua procura, e cada saída do cemitério tem os seus riscos...

Ah, e uma última coisa: leia Gaiman nos originais. As traduções não fazem sentido.