Apesar de ser uma comédia, o filme traz algumas mensagens interessantes. Uma delas, por exemplo, é que o tal 'grupo de velhinhos' tem os mesmos problemas q qualquer 'grupo de novinhos'. Eles não reclamam da 'juventude de hoje', nem falam 'ah, no meu tempo era melhor'. Eles só querem que a internet funcione, que saia água quente da torneira, que a moça bonita do restaurante aceite um convite pra jantar. Tudo bem, se o joelho parar de doer ajuda também, mas não é o foco da história.
Cada um deles vai para o hotel Marygold por motivos diferentes - mais barato que morar nos EUA, tratamento num hospital indiano, relembrar a infância no exterior, etc, etc. Mas quando chegam lá, veem que o hotel não é assim tão bonito quanto estava na brochura ou no site. Na verdade, ele está bem caindo aos pedaços, sem porta, sem telefone e com uma autêntica (e quase insuportável) comida indiana.
A situação rende muitas piadas, claro. Mas o mais legal do filme não é rir dos problemas deles no hotel esculhambado. É ver o que cada um faz com o gigantesco 'saco de limões' que recebeu da vida. Alguns choram por estarem presos 'naquele fim de mundo' e não terem dinheiro pra voltar 'à civilização'. Outros tentam separar aquilo que eles suportam do que o que é insuportável. E há aqueles também que pegam os limões, fazem uma limonada e simplesmente param de rejeitar as diferenças para aprender algo bom nesse mundo diferente. Haja desapego.
No meio tempo há dramas românticos, cenas engraçadas, demonstrações de racismo velado ou descarado (aquele de gente que se acha educada, mas "prefere ser atendido por garçom branco que 'marrom' no restaurante" :P). Tudo misturado num maluquíssimo sotaque, muito barulho, cores e overdose de sentidos tão grande que você quase sente o cheiro do filme. A história se desenvolve bem, e o fim é meio água com açúcar, devo admitir. Mas se vc colocar água e açúcar nos limões, fica gostoso, não fica? =^.^=
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