Bem-vindos (?) à Avenida Q
Você se forma, pega uma graninha e resolve tentar a vida na cidade grande. Pensa em morar num lugar legal, tipo a Avenida A. Mas aí, descobre q sua 'graninha' não paga o aluguel da avenida A. nem da B, nem da C... e assim, vc vai parar na Avenida Q.
Esse é o início de Avenida Q, musical q fui ver ontem com Nina, Marção e Oro. É um musical de bonecos. NADA fofo. NADA politicamente correto. E que joga na cara das pessoas, de maneira engraçadíssima, várias tosqueiras, hipocrisias e bobagens do dia a dia.
("Nós somos os Ursinhos do Maaaalll!")
Admito q fiquei bastante constrangida em cenas onde se emendavam várias piadas racistas ou pornográficas (sexo entre bonecos de espuma é algo que beira o chocante, creiam). Mas ao mesmo tempo, os temas se encaixavam perfeitamente na trama. Tem até uma música sobre isso: "quem não ri da desgraça alheia?"
E não, a peça não tem um final feliz. Não há príncipes, conquistas, reviravoltas ou nada q possa melhorar a vida dos personagens de repente (tá, tem uma coisinha, mas não no sentido 'final feliz' clássico). Mas a idéia é essa mesmo, como diz outra canção. 'Tudo passa. Tá ruim, mas passa. Tá bom, mas passa. A vida é assim, e a gente vai vivendo'.
Interessante que, apesar de se padssar num lugar bem loser, pobrinho, com muita gente desempregada, ferrada e tals, não se parece em nada com a maioria dos filmes brasileiros, que mostra a crueldade das ruas, a miséria, desgraça. Na Avenida Q, vc reune um bando de ferrados (uma terapeuta japa sem clientes, um garçom desempregado, um vizinho tarado, um bancário q não consegue sair do armário), e ainda assim, o tom é leve. 'Afinal, tudo passa.'
Eu classifico essa peça como "imperdível". Sim, ela é esquisita, nada a ver com bela e a Fera, Miss Saigon ou Mágico de Oz. Mas é muito boa. isso que eu nem entrei ainda no mérito dos atores/cantores/manipuladores de bonecos, que são um espetáculo à parte. Os personagens principais, Princeton e Kate, são manipulados tão bem que às vezes vc acha que a voz sai do boneco e o ator que está sacudindo o rosto.
Pontos mais fortes da peça: o manipulador de Princeton (que também atua como o bancário) e o casal Japaneusa e Brian. "Reva sua mara embora, né? Kame-hame-ha!", diz a terapeuta japa, ao expulsar um 'amigo' de casa. "Ô, minha pokemonzinha', responde o marido.
E é isso. Vejam, fica em cartaz até novembro. E a própria música diz que é feio rir das desgraças da Avenida Q... mas que todo mundo ri memso assim.
2 comentários:
Olá, boa tarde! Trabalho na equipe da Avenida Q e adorei seu post. Obrigado e teho uma boa tarde!
Caso necessite de alguma imagem para seu post tenho fotos em nosso site.
www.avenidaq.com.br
Opa, obrigada pela visita, Erik! Por favor, mande a todos os parabéns pelo excelente trabalho!
Postar um comentário