22.1.04

O último colega do Samurai

Ontem assisti ao mais recente arrasa-quarteirão do circuito de cinema. O Último Samurai é legal pra caramba, bonito pra caramba, bem-feito pra caramba e um herói fenomenal.

Não, não é o Tom Cruise. E ainda bem que ele não é o "último samurai" do título, ou o filme iria pelo ralo. Devo admitir que ele é o único ator do mundo que me leva ao cinema mesmo quando o filme ruim, mas desta vez a rasgação de seda não é pra ele. O ator Ken Watanabe, que faz o monge samurai Katsumoto, conseguiu interpretar aquilo que normalmente detona os filmes baseados no oriente: o cara faz um samurai de verdade. Honrado, forte, sábio e, o melhor de tudo, sem ficar caricato.

Tom Cruise também está legal no papel, apesar de feio de doer, barbudo e muito inchado. Creio que de propósito, porque o capitão Nathan Algren é um bebum de carteirinha. As cenas em que ele aprende os rudimentos da língua japonesa são muito engraçadas, e as surras também. Mas, apesar de muito bom, não tem o mesmo brilho do Watanabe.

Agora, o que eu mais gostei no filme foram as cenas de luta. Me pergunto se não são até melhores que as do Senhor dos Anéis. Não são tão grandiosas, mas a ação e as lutas entre armas de fogo e espadas são incríveis. Várias vezes senti arrepios ao ouvir os sons do fero cortando pescoços.

Por último, queria ressaltar o aspecto histórico. O início do século XX foi marcado pela restauração Meiji no Japão, e ela não foi nada pacífica. Como fazer um povo com cultura milenar aceitar costumes ocidentais em pouco tempo? Achei que o filme ilustrou isso muito bem. Quem acompanhou o mangá de Samurai X não pode perder. Quem não faz idéia do que seja Samurai X também não deve deixar de ir. Vale a pena, vale muito a pena. Não é preciso gostar de cultura oriental, basta gostar de cinema.

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