Perdoai-o, Senhor. Mel Gibson não sabe o que faz
Assisti o tão falado "A Paixão de Cristo". Disseram que o filme é anti-semita, anti-cristão, falaram um monte. Eu achei que é apenas anti-bom-senso.
E por quê? Porque é de uma crueldade tão desmedida que se torna difícil dar uma opinião sensata. Parece que aquelas cenas embotam o senso crítico. Mas vamos tentar...
Semana passada eu assisti Laranja Mecânica. É violento pra burro, tem cenas horrorosas, nojentas e chocantes. Mas ele foi um filme inovador, que rompeu com as tendências anteriores, pra usar uma linguagem acadêmica. Recentemente, Pulp Fiction teve um efeito bem parecido. Ou seja, a violência tinha um propósito.
Mas hoje, que já se usa violência em filmes (lembram do início do Soldado Ryan?), não entendo por que mostrar duas horas e vinte de sofrimento ininterrupto. Será que essa longa duração é a inovação deste filme? Será que estou sendo quadrada, como o foram os críticos de Laranja Mecânica no passado?
O Soldado Ryan teve uma sequência longa de violência (eram 50 minutos, acho). Mas havia uma história ALÉM daquilo. Mostrou-se o horror e o que acontecia além dele. Na Paixão, o horror É a história.
O que me passou pela cabeça, assim que saí do cinema, foi uma idéia muito simples. "Ok, sempre disseram que o Cristo sofreu por nós. Quiseram mostrar isso."
Se esse foi mesmo o propósito do filme, bato palmas. Foi atingido com sucesso. Mas, me perdoem a frase que parece um trocadilho, pelo amor de Deus! Dá pra pagar uns bons pecados vendo esse filme!
Bom, deixando a violência pra lá, falemos do resto. Fiquei curiosa pra saber se aramaico antigo era uma língua arrastada mesmo ou se os atores que tiveram dificuldade em falar daquele jeito. As pessoas mais bonitas do filme eram a Maria Madalena (Monica Belucci, queriam o quê?) e o Demo, que não sei quem era o ator. Mas a atuação que mais gostei foi a da Maria. Nossa, essas fz umas expressões muito convincentes. Achei muito bom.
E teve uma cena que gostei. Num momento, quando o Cristo está no pé do Calvário, uma mulher se aproxima e tenta lhe dar um copo de água. Na hora não me vinha à cabeça quem era ela, apesar de eu lembrar que num daqueles quadros de lateral de igreja ela aparece sempre. Aliás, todos aqueles 13 quadrinhos estão no filme.
Pois não lembrei até que uma hora ela enxuga o rosto de Jesus com um paninho. Quando ela se levanta, dá pra ver o contorno do rosto dele no pano. Aí, resolveu-se a história... A mulher era Verônica, cujo manto teria guardado para sempre a feição de Jesus. Alguém sabe se esse pano supostamente existe e está em algum lugar, tipo museu do Vaticano?
Beeeeeem resumidament, era isso. Mas sabem, eu gostei de ter visto. Se não, teria ficado curiosa o resto da vida.
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