21.12.18

Pra quem pensou que o ano estava acabando...

Chega dezembro e a gente já começa a desacelerar, né?
Relatórios do trabalho terminando, festas de fim de ano, aquela bem-vinda folguinha (pra quem não está de plantão). E aí, quando você acha que tá tudo calminho, o pessoal daquela vaga de emprego que você mandou currículo meeeeses atrás diz que te escolheu e quer que você comece o quanto antes!
Pois é, pipous, lá vai a Pá para mais uma nova fase. Aprendendo coisas novas, com gente nova. Dá dó de deixar pra trás uma equipe que eu gostava (e um banco de horas bem gordinho), mas aprender é sempre bom.
Ou seja, o ano acabou, mas nada de desacelerar. Eeeeita! :D

27.8.18

Fita de vedação, suor e lágrimas

A torneira da cozinha estava toda frouxa. Ela balançava pros lados cada vez que ligava. Foi a gota d'água pra eu ir atrás de uma nova.
Faz tempo que eu tenho raiva dessa torneira. Primeiro, ela era baixinha. Cada vez que precisava lavar algo grande, era um estorvo. Pra colocar a água na chaleira, tinha de encher dez copos, não cabia colocar a chaleira embaixo da torneira. Quando ela ficou frouxa, eu disse "É agora que ela vai embora!".

Aí fui pesquisar torneiras. São caras. Demorou a achar uma que eu queria que fosse mais barata que um voo ida e volta pra Melbourne. Mas aí teve uma promoção da Bunnings e eu achei uma, alta, com ponta de mangueirinha móvel, pelo preço do busão a Sydney.

Já que eu estava na Bunnings (que é tipo uma Millium bombada), perguntei pro vendedor se era difícil trocar uma torneira. "Se os caninhos forem do mesmo tamanho e o furo da pia servir, é bem fácil, moça. Você faz reforma na sua casa?" Nossa, 'reforma' é talvez a coisa que eu mais odeio no mundo. Mas antes que eu entrasse na longa história de como eu tinha um vizinho de cima que ficou 10 anos martelando coisas, disse: "'As vezes. Eu instalei minhas cortinas, e já troquei chuveiros elétricos. Torneira é mais fácil?" "É sim, moça. Vai na fé. Quarenta minutos você resolve o problema".

Quarenta minutos! Fui pra casa radiante, pronta pra trocar a torneira. Encanador é mega caro na Austrália, e uma troca de torneira pode custar - de novo - o preço de uma passagem de avião. Se eu pudesse economizar essa grana... Eu poderia viajar mais! :D Me pareceu uma boa ideia. Cheguei em casa, separei a torneira nova, fita de vedação, alicate e luvas. Mãos à obra!

Foi quando apareceu minha primeira dúvida. Eu não sabia onde ficava o registro do apartamento. Eu nunca precisei fechá-lo antes. Procurei na cozinha, e nada. Olhei no canto do tanque e máquina de lavar, e nada. Deve ser no banheiro. Tem uma portinha no teto que eu nunca abri. Ia ser esquisito subir lá, mas buenas.
Antes de entrar em uma aventura por zonas inesperadas, meu lado esperto resolveu tentar outra tática. Liguei pra minha vizinha, a Bulma (ela não chama Bulma, vou mantê-la anônima, mas juro que o nome dela é um personagem de anime.) "Ô Bulma, vc tá em casa?" "Tô." "Desculpa incomodar, mas você sabe onde fica o registro?" "Embaixo da pia do banheiro, numa portinha". Fui lá, E NÃO É QUE TEM MESMO? Eu acho que eu bloqueei completamente aquela portinha debaixo da minha vista. Mas enfim, abri - e aquilo provavelmente foi aberto pela primeira vez desde a construção do prédio. Depois de passar por um osso de brontossauro e duas múmias astecas, achei o registro atrás de uns paranhos. Que bom que eu tava de luva. Me senti espertona - agora vou trocar a torneira sem fazer molhaceira. Guardem essa frase.

A torneira velha foi fácil de tirar. Já tava toda frouxa mesmo, um pouco de desenrosca e ela logo saiu. Aí prendi os pedaços iniciais da torneira nova, conferi que o diâmetro do buraco tava certo, botei ela ali e... não entrou. TUF TUF TUF (movimento de sobe e desce batendo na pia) - não entrou. Aconteceu que eu medi a largura do cano, que passava perfeitamente pelo buraco. Mas eu não medi a distância entre a torneira e a parede, e a borda decorativa da torneira era protuberante demais, e batia na parede. Dois milímetros, e meu plano começava a ir por água abaixo.

Mas eu queria a torneira nova. Já tinha tirado a velha, já tinha explorado o subterrâneo da portinha. Como eu posso aumentar a distância? VOU SERRAR O BURACO. Se eu aumentasse ele pra frente, a torneira ficava mais pra cá e não batia na parede. E a borda larga taparia qqr parte de buraco q ficasse na parte de trás. Problema: aqui na Austrália, a caixa de ferramentas do Clinton nem se compara com a do meu pai, que tem tudo. Meu pai tem uma lima, eu lembro até o formato. Mas lembrei que o canivete do Clinton tem 412 funções, tem de ter uma lima ali. Tinha. Comecei a limar a pia pra aumentar o buraco.

Eu limei por uma hora. E pensei, pela primeira vez de muitas nessa noite: É por isso que a gente paga encanador.

Uma hora mais tarde, semi-surda e provavelmente odiada pela Bulma e demais vizinhos, eu tinha aumentado o buraco o bastante pra fazer caber a torneira nova. Coloquei a torneira nova, aí tinha de prender por baixo com a rodela de vedação e a mega-porca. Quem me conhece sabe que eu não entrei na fila da altura antes de nascer, e por consequência meus braços não são muito compridos. Segurar a torneira nova no lugar enquanto rosqueava por baixo não foi fácil! Fiz o que dei, e me enfiei embaixo da pia pra rosquear o resto. Era um braço por trás do boiler, outro entre os canos metálicos, o cabelo esfregando no chão e nos azulejos. Aí eu me toquei o quão perigoso era estar tão perto de um boiler. Que um movimento errado e ia sair vapor quente em cima de mim. E é por isso que a gente paga encanador.

A cena de tensão só durou alguns segundos, e nenhum movimento foi errado. Fiz tudo certinho, fixei a torneira, prendi os canos flexíveis com os do fornecimento de água. Ok, eu já estava em uma hora e quarenta minutos, o orgulho meio amassado, mas buenas. Tá andando. Pelas instruções, agora eu precisava desmontar a cabeça móvel da torneira pra testar a vazão de água. Desmontei, abri um pouquinho a torneira - que tava sem água - e fui ao banheiro abrir o registro.

Eu abri o registro. Fez um barulho de água, e de água correndo. Tá funcionando! Saí do banheiro, e a primeira coisa que eu vi foi o Spitfire correndo como um louco na direção do quarto. A segunda coisa que eu vi foi um jato de água atravessando a minha sala na altura dos meus ombros. A terceira foi o meu orgulho caindo no chão, em frangalhos.

A torneira estava funcionando perfeitamente. Mas sem a cabeça, a mangueirinha era leve demais para a vazão de água, e tava rodando, esguichando água pra todo lado, mais giratória que sirene de ambulância. Nos poucos segundos entre o banheiro e a cozinha, eu consegui uma lavação gratuita das paredes. O que seria ok, se a água não fosse das paredes pro chão, carregando a poeiranga toda, e escorrendo por trás da geladeira e carregando todo o pó que devia estar ali embaixo desde o começo do inverno (vai, quantas vezes por ano você varre EMBAIXO da geladeira?). Os panos de limpeza rapidamente se transformaram em uma barricada pra conter a inundação antes de ela atingir a sala em cheio. Minhas meias, meia-calça, ceroula e calça ficaram encharcadas. Eu tive de desmanchar tufos de poeira com a mão pra achar a borrachinha de vedação, que tinha saído voando qdo a torneira virou um girocóptero. Eu tive de segurar o Spitfire, porque é óbvio que ele nunca toma água, mas queria lamber o chão. Eu tive de sentar no chão molhado, cansada, chorando, me sentindo a songa por ter acreditado que ia trocar uma torneira em 40 minutos. Talvez, se o buraco estivese numa posição boa. Talvez, se meus braços fossem mais compridos. Talvez, se minha cozinha não tivesse virado uma piscina olímpica. E aí o telefone começou a tocar, o que não ia melhorar em nada meu tempo de finalização da tarefa. Duas horas e vinte até agora.

Era o Clinton pedindo carona pra casa. Falei que não rolava agora, mas pegava ele depois. E que a história era longa pra explicar - olha o tamanho desse post! Mas fui terminar a torneira. Pelos menos os canos não estavam vazando, iso eu fiz direito. Instalei a cabeça, vazou um pouquinho, tasquei fita de vedação, parou, tá bom. Testei, achei uma peça caída dentro da pia. Olhei no manual de onde veio, desmontei a cabeça, remontei, funcionou. Finalmente eu tinha uma torneira alta, mais alta que a chaleira. Três horas, muita fita de vedação, suor e lágrimas.

E é por isso, meus amigos, que a gente paga encanador.

21.8.18

Utilidade Pública

Já que comentei das eleições, segue aqui um link útil. O TSE tem informações sobre todos os candidatos, clicando na região (ou Brasil) e depois no nome do fulano.
No caso dos candidatos a presidente, qdo vc entra no perfil do candidato, aparece do lado direito uma litinha de arquivos. É ali que você pode ler o plano de governo de cada um. Não dá pra votar sem saber qual o plano da galera, né?

http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/

Tem de tudo. Analisando só os formatos - não as propostas - tem desde a super produzida, o que pediu pro sobrinho designer e o que mandou um arquivo de word sem nem revisar, faltando acento e separando sujeito do verbo. De chorar. Quanto às propostas, tem de tudo também. Votem com consciência.

14.8.18

Pelo menos dois dias de folga

Ou também "Só assim pro meu nome sair no Diário Oficial". Seria um bom nome alternativo para esta postagem.
Finalmente transferi meu título de eleitor. Tava lá em Floripa ainda pq era até comum eu estar pros lados de lá em época de eleição. Mas agora mudei pra cá, e PIMBA. De cara fui chamada pra ser mesária.
Mas eu me amarro nessas coisas, então vai ser um dia divertido. Talvez dois :)

8.5.18

Lá vamos nós de novo

Estava 22 graus ontem. Hoje tá 2.
Bem Camberra mesmo. :P

2.5.18

Limpando o parquinho

Ontem teve uma ação muito legal da prefeitura aqui perto de casa. O governador convidou todo mundo, especialmente do meu bairro, a ir até o laguinho que tem na vizinhança e ajudar na limpeza do local, recolhendo lixo, entulho e qqr coisa que pudesse prejudicar os patinhos que moram ali.

Quem ajudasse poderia comer uma salsicha na grelha de graça, dada pela prefeitura.

Já comentei como o povo daqui adora uma salsicha grelhada, né? Foi um sucesso. O parquinho tá lindo, limpinho, e os patos parecem até sorrir. Gosto muito de ver iniciativa assim, que levam as pessoas a realmente aproveitarem os espaços públicos. Deveria ter mais, no mundo todo.

30.4.18

Livros de 2017

Agora, a lista de livros do ano passado:

1 - O Sol Brilha para Todos, de Harper Lee
2 - A Maldição do Rei, de Philippa Gregory
3 - O Torneio, de Mathew Reilly
4 - A Garota Perdida do rei, de Mathew Reilly 4 - A Batalha de Hackan Heath, de John Flanagan
5 - Changeling, de Philippa Gregory
6 - Stormbringers, de Philippa Gregory
7 - Fool's Gold, de Philipa Gregory
8 - Three Sisters, Three Queens, de Philippa Gregory
9 - The Taming of the Queen, de Philipa Gregory
10 - Depraved Heart, de Patricia Cornwell
11 - Armada, de Ernest Clyne
12 - A Origem, de Dan Brown

Deu pra manter a média saudável de um livro por mês, o que é muito bom. Metade do ano foi tomado com livros da Philippa Gregory, mas a essa altura vocês já devem ter notado que eu gosto bastante dos livros dela. Saíram alguns novos, então vai ter mais na lista 2018, com certeza!

Meu favorito foi provavelmente O Torneio. Não é extremamente bem escrito e a história é relativamente previsível, mas foi muito divertido. É uam história de detetives com princesas e quebra-cabeças, então tinha tudo que eu gosto. O mais bem escrito foi, previsivelmente, O Sol Brilha para Todos. É lindo, e imagino o quão revolucionário foi para a época.

O novo do Dan Brown é divertido, mas não chega nem perto de Anjos e Demônios ou Código da Vinci. Foi mais legal pelo fato de eu ter acabado de visitar Barcelona. No mais, é só o estilo cinematográfico dele em uma história que mistura Elon Musk com igreja.

29.4.18

Filmes de 2017

Segue a listinha de filmes do ano passado:

1- Doutor Estranho
2- Inferno
3- Billy Lynn's Long Halftime Walk
4- Star Wars: Rogue One
5- Logan
6- Animais Fantásticos e Onde Habitam
7- Lala Land
8- Moana
9- 50 Tons mais escuros
10- O Contador
11- Animais Noturnos
12- A Garota do trem
13- Sing
14- Moonlight
15- A Chegada
16- Split
17- Guardiôes da Galáxia vol. 2
18 - Zootopia
19 - A Múmia
20 - Mulher Maravilha
21 - Quatro Litros
22 - O Menino e o Mundo
23 - Hoje eu quero voltar sozinho
24 - O Céu de Suely
25 - Homem-Aranha: De volta ao lar

Os melhores do ano não foram, pra mim, os oscarizados famosos Lala Land ou Moonlight, mas sim (os também premiados em outras categorias) A Chegada e Zootopia.

Para uma fã de línguas e comunicação, A Chegada é lindo de assistir. E Zootopia é um filme fofo de bichinho que fala de um tema atual e dolorido: o quão terrível é a segregação racial. Pra quem não viu esses dois, vale a pena demais!

Claro que também vale a pena ver Moana, Mulher Maravilha... E deixar 50 tons de liberdade pra lá, é bem tolão :P